sábado, 26 de setembro de 2009

Aleatoriamente Falando II - O Retorno

Olá novamente pessoas!

Apesar de ninguém (nem eu) acreditar que existiria algum dia um projeto meu com continuidade, aqui estamos novamente (e dentro do prazo... será o apocalipse? O_o) com a Aleatoriamente Falando II - O Retorno!

Essa semana monologarei (essa palavra existe? se não existe considere-me um neologista [essa palavra existe? se não existe considere-se um chato por ficar corrigindo os outros]) sobre experiências de infância que você nunca esquece. Traumas infantis para ser mais específico.
- Humm, profundo isso. Até que enfim algum conteúdo.
- Não, na verdade não..



Nós sempre achamos que, não importa o que aconteça, as crianças "vão esquecer disso amanhã" e falamos/agimos sem nos importar muitos com isso.

E é daí que vem os serial killers...

Um exemplo da vida estranha deste que vos fala:
Eu sempre fui chato pra comer. Comia pouco, só gostava de besteira, enfim, um nojento.
Lá estava eu na casa da minha vó (que é portuguesa, então muita gente diz que não entende nada que ela fala, mas eu entendo tudo porque sempre convivi com ela, mas quando chega algum outro português eu também não entendo lhufas. Não é incrível? Não!? Puxa.. tenho que parar com as informações inúteis..) brincando na varanda.
Numa hora infeliz resolvi entrar para assistir TV e lá estava minha vó tranquila sentada no sofá.
Eis que passa um comercial (que eu não faço a menor idéia sobre o que era) em que um homem ia virando gradativamente um macaco (tinha uma narração no fundo passando alguma mensagem, mas sinceramente caguei pra ela. Tinha um cara virando macaco na tv poha!) e com a curiosidade infantil que me abundava perguntei: vó, porque ele virou um macaco?
- Porque ele não come direito....
- Hum, tá bom, é sim... *sorriso amarelo*
Fingi ceticismo, mas já estava me vendo emacacando (neologismo novamente). O estranho é que eu nem sequer cogitei a possibilidade de passar a comer direito.Eu simplesmente aceitei que estava condenado e perdi a felicidade de viver.

Isso nos leva a outro ponto. Se você diz essas coisas para um criança apenas pelo prazer de se vingar pelo que fizeram com você enquanto era uma delas, ou para adoçar momentaneamente sua vida amarga com uma dose de desespero alheio, OK. Mas se está tentando ensinar algo a ela sinto informar que não, você não vai conseguir (a menos que você queira ensinar o quanto o mundo é ruim, mas isso se encaixa na possibilidade anterior).

Mas talvez as maiores causadoras de traumas de infância são as boas e (muito) velhas crendices populares.
Perdi a conta de quantas vezes prendi o pé do meu irmão quando ele passava por cima de mim enquanto eu estava deitado no chão, porque "senão não ia mais crescer" ou desvirei o chinelo porque "senão a mãe morre" e soprei os olhos, também do meu irmão, quando ele fingia que estava vesgo porque "se batesse vento ele ficava assim pra sempre" (sim, crianças são criaturas sem perdão, misericórdia ou compaixão). O incrível é que nunca acontecia algo de bom, o "senão" era sempre uma praga miserável. Mas o meu preferido era um que eu acredito que nem é muito conhecido: Se duas pessoas se olhassem no mesmo espelho ao mesmo tempo, uma morria (na verdade morte é o resultado de metade das crendices. só variando a crueldade com a qual a mesma ocorre), e ainda havia um requinte de sofisticação, pois sabia-se que era a que estava lá primeiro que batia as botas. O resultado era um revezamento entre meu irmão e eu para "entrar" no espelho enquanto o outro se via..(como eu disse, misericórdia infantil é lenda urbana).

Só pra terminar, uma outra experiência traumática da minha pessoa:
Estava assistindo TV já a uma certa altura da noite em que costumava estar dormindo.
De repente começa um filme policial comum.
Tudo ia bem, o policial ia pegar os bandidos como sempre faz (pelo menos os meu heróis de infância sempre faziam.. Stallone, Schwarzenegger e Van Damme não perdoavam.. já não se fazem mais heróis como antigamente.. mas isso é assunto pra outra coluna..), até ele entrar num galpão ou algo parecido..
Tudo vazio, cena tranquila, os bandidos provavelmente fugiram.. tudo bem..
Até que aparece um bandido. As portas fecham. Aparecem MUITOS bandidos, todos fortemente armados. O bandido que apareceu primeiro fala alguma coisa e vai embora..
Ah, tudo bem, foi só um aviso, eles ainda vão pagar caro por isso e ... OH MEU DEUS!
CRACK! (som da inocência sendo destruída)
Seguem aê uns dois minutos de sangue jorrando e membros voando, despedaçados pela balas.

Mas que mente doente faz um filme assim?

Pessoas que não comem direito.. O_o


Post Scriptum Area


P.S. Provavelmente a cena não é assim, nunca mais a vi, a descrição acima é só a versão fantasiosa da minha mente (ou não, esse pessoal de Hollywood é doente..).

P.P.S. Pois é, eu utilizei esse espaço como terapia.

P.P.P.S. Não, você não pode fazer o mesmo.

P.P.P.P.S. Ignore a mensagem anterior, estava de mal-humor porque lembrei do Robocop.

P.P.P.P.P.S. Utilizem o espaço para comentar seus próprios traumas de infância e sabermos que não estamos sozinhos, somos todos sequelados. Sub-Ghadernal interativo! \o/

P.P.P.P.P.P.S. Pesquisei e descobri que "monologar" existe sim. Já "neologista" é neologismo mesmo... (pelo menos não existe no Aurélio Online). "Emacacando" eu nem me dei ao trabalho de procurar.

P.P.P.P.P.P.P.S. Se estiver passando Robocop na TV eu ainda fico meio enjoado, até o desenho fazia isso.

P.P.P.P.P.P.P.P.S. A informação anterior foi muito, mas muito inútil mesmo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Rolando os Dados

Agora nosso personagem está quase pronto. Falta um detalhe crucial!!



Olá senhoras e senhores roladores de dados, meus queridos e queridas jogadores de RPG (ou não). O post de hoje, mais curtinho, é pra falar sobre uma coisa que eu vi acontecer em mesa na última aventura que eu estava mestrando.



O grupo de aventureiros estava enfrentando um dragão negro, criatura do mal, poderosa, mete medo, etc. O grupo estava tomando um couro, apanhando legal, só que estavam conseguindo se segurar, causavam dano no dragão, o clérigo curava o grupo, aquela batalha em que os jogadores até temem pela vida de seus personagens, mas que, no íntimo, acreditam que vão vencer. No meio dessa briga épica, o mago fica com 1 ponto de vida.

Ele então deixa o local do combate, vai pra outra câmara do castelo do dragão, conjura uma cadeira e se "senta pra recuperar os pontos de vida" (ele tinha um colar que recupera 1 ponto de vida a cada 2 turnos).

Agora pensem comigo: tudo bem, o jogador olhou os números, temeu pela vida de seu personagem e deu 10 na pata, saindo de fininho e salvando-o.

Mas... será que aquele mago teria feito isso?

Outro dia ouvi a seguinte frase: "peraí, então são 18 orcs? Eu tenho 50 pontos de vida, causo 1d10+7 de dano e tenho resistência a dano 7. Os orcs causam no máximo 1db+4, dano médio de 8, vou tomar 1 ponto de vida por ataque, se tomar, e como eles tem uns 20 pontos de vida, pra cada dois ataques meus, cai um orc. Beleza, eu ataco"

Enxergam? Muitos jogadores vêem seus personagens apenas como números, e não como aventureiros com personalidade! Eu estou lendo um livro onde o personagem principal, um famoso e forte guerreiro se rende quando cercado por 4 aldeões armados com espadas. Ele até poderia derrotá-los, mas é um risco fútil naquele momento.

Sei lá, fico pensando. Por mais que um cara seja mundanamente forte, estar cercado por 18 orcs deve ser uma situação tensa. Da mesma forma, por mais que se esteja com 1 ponto de vida, será que um companheiro de aventuras (toddynho??) abandonaria seus amigos frente ao desafio mais difícil que já enfrentaram, deixando de usar suas preciosas magias no combate para conjurar uma cadeira e descansar confortavelmente enquanto eles se ferram?

Então amiguinhos, tentem pensar mais em seus personagens como "alguém" e não como "alguma coisa". É claro, se você quer que lembrem de "Harakel, o guerreiro que governou a vila de Valundra" ao invés de lembrarem "daquele guerreiro de força 18 que eu jogava".

Sutil diferença.

Mas, claro, lembrando: isso só vale se você quer um personagem marcante. Se você se diverte jogando do outro jeito, CONTINUE ASSIM! RPG é pra se divertir, e se você não está se divertindo, está jogando errado!

Que vocês rolem bons dados!! Até breve.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vago e Específico VI

Então tá.
Agora você quer criar uma história, mas não tem idéia de como começar.



Esse post é dedicado ao Mynssen e ao Rodox, espero que seja útil!
Antes de tudo, você precisa de um tema pra sua história.
Esse conceito de "tema" transcende o básico, tipo "mistério", "medieval", "aventura" e etc. Ou não.
Como exemplo, pra facilitar, peguemos o filme Sinais, com Mel Gibson: à primeira vista, sabe, na visão superficial, você pode tê-lo como um filme sobre Extraterrestres, certo?
Se você for um pouco mais além, você verá que na verdade, o filme é sobre ter fé (e como recuperá-la e mantê-la mesmo quando tudo parece perdido).

Mas eu acho que o melhor exemplo existente é Matrix. O "tema" dele praticamente varia pra cada um que assiste, passando pela camada mais superficial, artes marciais, podendo se aprofundar cada vez mais, chegando até a ideais filosóficos de libertação da mente, ou até (se você quiser ir muuuuuuuuuuuuuuuito além...) religioso.

Pra você criar uma história com alguma profundidade, é MUITO bom você ter em mente o básico da história completa. Começo, meio e fim.
Não precisa ser todos os detalhes, mas pelo menos o rumo é bom você saber de antemão. Vai facilitar sua vida, além de você poder incrementar sua história de modos impressionantes.
Exemplo:
O herói passa por uma parede pichada com isso "xAx".
Mas pra frente na história, ele fica sabendo que precisará derrotar a máfia dos Aniquiladores e, investigando mais a fundo, ele descobre o símbolo deles: xAx.

Pronto, se você fez direito, o leitor vai reler a história porque ele "já viu aquele símbolo antes".
Consegue ouvir a cabeça dele explodindo quando ele vir o símbolo pichado na parede há quarenta capítulos atrás?

Nessa parte, não adianta ter pressa. Vai com calma. Pode demorar meses, mas planeje sua história direito. JK Rowling levou anos "ruminando" a história TODA de Harry Potter antes de começar a escrever os livros um a um.
(imagino quanta grana deva valer os manuscritos da trama toda sem as divisões...)


Assim, eu não consigo imaginar que alguém pare e pense
"Vou criar uma história. Deixa eu pensar no tema... Pronto. Agora a estrutura... Pronto. Agora, vamos à história em si."

Eu acho que todo mundo que quer criar uma história tem uma idéia em mente. Trabalhe a partir dessa idéia!
Um herói relutante, porém destinado a salvar o mundo?
Um mundo estranho recebendo um confuso herói?
Um humano tentando descobrir a verdade no sobrenatural?
Um herói MUITO relutante tentando salvar a alma condenada de seu pai?

É importante existir um herói pra sua história, mas isso é tema pra um outro post...

Trabalhar em cima da sua idéia vai te dar mais empolgação escrevendo e isso transparece pro leitor, que se empolgará também.
Lá no post sobre as origens das motivações dos personagens tem conceitos que também podem ser aplicados aqui.
(mas pra isso você vai precisar ligar o modo "Benkyo" ;D )

Basicamente, tendo uma origem é mais fácil traçar e trilhar o caminho; mas você não precisa necessariamente aplicar esse conceito literalmente, senão a palavra "destino" vai aparecer e você vai acabar achando que está preso a alguma coisa.

Escrever também é prática!
Se você também pretende trilhar o caminho do desenho, tente (,Mynssen) escrever no papel ou no computador uma história curta, uma tirinha ou o que for antes de fazer o storyboard/rascunho (ou o Name, Pisci =D). É um ótimo exercício e, putz, acelera muito o processo na hora do storyboard/name(\o/)/rascunho, já que você somente vai precisar definir os ângulos e enquadramentos.

Notas finais

O Shyamalan é um dos maiores nesses termos de "olhe além da capa"; ver filmes dele é quase uma experiência à parte. Aconselho todos, INCLUSIVE "A Vila". Todo mundo fica decepcionado, porque ninguém consegue deduzir o final =p #prontofalei

Roteiro vai mais além disso, tem um monte de técnica pra "desbloquear" que eu uso e tá funcionando!
(Valeu, Pisci-Sensei pela oportunidade (e esporros!))

Algumas ótimas leituras:
Ótimas dicas de um cineasta, mas ajudarão pra cacete, caso você esteja com preguiça de ler Joseph Campbell:
Site do Massarani

Criação de Personagem
Background pra eles =D

KEEP BENKYOING!


Alguém vai notar a dualidade do titulo do jogo de Matrix e como ela se relaciona com o post?



sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aleatoriamente Falando I

Olá pessoas!

Devido à falta de tempo para desenhar estou estreando essa nova coluna do Sub Ghadernal (na verdade SE você estiver lendo isso eu estou estreando a coluna senão a idéia não foi aceita pelo Rafero e isso é só um arquivo largado no meu pc..): a "Aleatoriamente Falando"!!

- "Ah, você não tem tempo para desenhar mas pra escrever baboseiras tem.." - dirão alguns, é, pois é, direi eu. Desenhar leva mais tempo e como eu já passo uma grande parcela da minha vida na frente do computador no trabalho, estudando e etc é bem mais prático pra mim escrever do que desenhar.

- "Não perguntei nada, nem gosto dos seus desenhos.. aliás seu desenho, porque você só fez um e nunca fez mais.." - é rapaz... não tenho resposta pra isso..., mas vamos ao que interessa!

Sobre o que é essa coluna afinal? Bom, como o título sugere, sobre um pouquinho de tudo ou sobre nada, depende do seu ponto de vista (malditos críticos). Escreverei sobre a primeira besteira que vier a minha mente e tentarei roubar um tempo precioso da vida de vocês e, desde já, aviso que não haverá reembolso do mesmo, - a não ser mediante apresentação da nota fiscal - desenvolvendo o assunto da forma como minha mente semi-autista permitir.

Mas chega de papo-furado, vamos ao... bom... papo-furado de verdade!
Estava pensando sobre o que escrever na primeira coluna, e percebi que tinha sido confundido com uma "menina exagerada" aqui no blog. Então resolvi falar sobre a importância e a dificuldade de se expressar.

Eu, particularmente, tenho uma dificuldade séria em me expressar. Mas como disse Jack Black quem sabe faz, quem não sabe ensina e quem sabe menos ensina educação física (Jack Black disse. Lembre-se disso você, professor de educação física! Foi apenas uma citação, não apóio nem discordo dela. Viram? sempre frize o que você quer dizer.. Droga! Estou adiantando o assunto, vamos sair do pensamento paralelo do parêntesis).

Regra #1: "Não importa o que você diga, sempre há uma interpertação ruim possível e acredite, será ela que o seu ouvinte fará."
Acredito que todo mundo já saiba disso. Quem em um momento da vida não disse algo de boa intenção e foi xingado, odiado, exilado, esquartejado.. melhor parar, estou exagerando.. Enfim, se é possível te odiar ninguém vai te amar (ó, dura vida).

Regra #2: A MAIS importante de todas as regras sobre expressão!
- Então porque não é a regra #1? * ¬¬*
Porque ela cita a regra #1 e se ela fosse a regra #1 ela citaria a si própria, não fazendo sentido. Fez sentido? Não importa, vamos a ela:
"Se a pessoa com quem você está falando for do sexo feminino a regra #1 tem sua proporção e intensidade elevada a 1000."
- Huaaaa! Queimem o porco machista!
- Não, não ainda, deixe-me ilustrar com uma pequena experiência de vida:

Lá estava este que vos fala indo para o ponto de ônibus a espera da falecida kombi Largo do 40 - West Shopping (que informação inútil essa, só percebi depois de escrever e daria mais trabalho apertar backspace do que escrever essas vinte palavras. Ok, talvez não, me desculpe) e eis que encontro uma amiga que ia comigo para lá quase todos os dias.
A citada estava mais arrumada do que de costume e eis que no auge da minha inocência disse, querendo ser gentil:
- Está bonita.
- Então eu estou horrível em todos os outros dias? *carranca*

OWNED a parte, essa não é uma história fictícia, é um conto real de um herói que jurou daquele dia em diante pensar antes de falar. E que falha miseravelmente com sua promessa todos os dias novamente.

Com esse belo final encerro abruptamente a coluna porque tive a idéia de escrever as duas áreas extras a seguir enquanto escrevia este parágrafo e perdi o raciocínio.

Perguntas Frequentes

P: Porque tem frases em verde?
R: Essas são as perguntas que vocês fizeram enquanto eu estava falando.

P: Mas eu não perguntei nada e você não estava falando!
R: Isso não foi uma pergunta, então não preciso responder.

P: Mas eu não perguntei nada e você não estava falando?
R: Boa tentativa.

P: Mas não tem frases em verde, elas estão vermelhas.
R: Sinto te informar, mas você é daltônico.

Post Scriptum Area

P.S. "Aleatoriamente Falando" é uma homenagem a minha doce e linda Adele. Ela sabe porque. Você não sabe? Quer saber? Hum.. também não queria contar..

P.P.S. Sim, eram só duas regras mesmo.

P.P.P.S. É, eu sei que não acrescentei nada à sua vida. Não disse que o faria.

P.P.P.P.S. Se você gostou, não gostou, odiou, ou está se perguntando porque não parou de ler quando teve chance, não importa, dê sugestões, críticas, xingue seu vizinho que deixa o cachorro cagar na sua porta, enfim comente e ajude esta humilde coluna a continuar e crescer ou a minguar e sumir. Como dizia Capitão Planeta: "O poder é de vocês! Vai planeta!".

P.P.P.P.P.S. O Capitão Planeta não dizia "Vai planeta", os outros diziam isso pra ele, antes dele chutar bundas de lenhadores Jack (lenhadores sempre se chamam Jack) e ratos poluidores, mas eu achei legal e quis colocar lá mesmo.

P.P.P.P.P.P.S. Sim, a coluna não faz sentido mesmo.

P.P.P.P.P.P.P.S. Até a próxima! (ou não, o poder é de vocês! Vai planeta!)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Selo - Interlúdio 1

Alexander Khalembar parte em direção à criatura agigantada, cheia de ódio, preparando-se para um embate. Michelle observa aflita enquanto o cavaleiro segue com um sorriso. A criatura olha com fúria e avança com uma idéia fixa na mente. Matar.

E, enquanto isso, um deus observa um ladrão.





Era final de tarde, e, enquanto o deus observava, o ladrão corria. Não que houvesse roubado algo, e não que o deus não tivesse algo melhor a fazer. O elfo era apenas um dentre muitos aventureiros escusos e furtivos, com habilidade para desarmar armadilhas. Um ladino. O deus observava com interesse a fuga.

Porque do sucesso desta dependeriam talvez milhares de vidas.

O ladrão tentava atravessar uma floresta fazia horas. Antes disso havia corrido por uma planície. Antes disso esgueirara-se por entre as pedras de uma escarpa. E antes disso saltara uma alta muralha de cidade. Fugia com o diabo em seus calcanhares, pois ele era perseguido, e seu perseguidor parecia não se cansar.

O elfo tinha as solas dos sapatos se esfacelando, os joelhos doloridos, a boca seca. As mãos doíam e as pontas dos dedos estavam vertendo sangue pelo esforço ao atravessar o muro e a escarpa. A cada momento forçava-se a se agarrar à consciência, sabendo da importância da mensagem que precisava entregar.

E, atrás dele, os cascos. Sempre os cascos.

A cada vez que o elfo acreditou, por um instante, ter deixado seu perseguidor para trás, ouvia os cascos, o trote, o cavalgar. Sentia metade medo e metade desespero, e se punha a correr de novo. E, naquele exato momento, odiou a Floresta Alta.

Para se manter vigil, forçou-se a lembrar o porque de sua fuga. Estava no reino de Korhal, era noite, caminhava por uma ruela. Um contrato, dinheiro fácil. Espionar um nobre professor, um cavaleiro do reino, e depois relatar tudo para o contratante. Não precisaria combater, nenhuma armadilha para desarmar. Sem riscos.

Dinheiro fácil.

As coisas então começaram a ficar estranhas. O cavaleiro adentrou o Templo das Damas do Selo. Ele ouviu gritos, gemidos, barulho de espadas. Adentrou também o templo. Viu que o cavaleiro sangrava. Dúzias de outros cavaleiros estavam também feridos ou mortos. No centro, sete figuras distintas. Apressou-se em fugir dali, precisava avisar alguém. Sentiu algo curioso, uma sensação estranha, como se sua mente tivesse sido violada.

E uma das figuras partiu em seu encalço.

Fugia fazia quase um dia completo, sem comida, sem água, sem descanso. Precisava chegar ao reino vizinho e pedir ajuda. Korhal tinha problemas, e no reino vizinho poderia ter segurança de novo, e seu reino receberia ajuda. Poderia dormir.

Chegou em uma clareira cortada por um riacho. Parou. Por impulso ajoelhou-se à margem para beber. O sol já se escondia no horizonte, a floresta engolfada em uma penumbra suave. O líquido gelado desceu-lhe pela garganta depois de molhar-lhe os lábios. A doce delícia de um gole de água quando em uma sede atroz. Cascos.

Ergueu-se assustado, olhando para todos os lados, tentando descobrir para que lado deveria fugir. Ouviu uma voz, irritada, quase um sussurro:

- Você é esperto elfo – cascos –, esperto demais pro meu gosto. Me deixa irritado.

Cascos.

O elfo viu seu perseguidor adentrar a clareira, uma longa espada na mão direita, uma longa lança na mão esquerda. Corpo coberto por metal. Cascos.

O perseguidor irrompeu em uma carga de cavalaria, a lança apontada para o peito do elfo. O ladrão tentou se esquivar, mas foi lento, vencido pelo cansaço e pela perícia de seu algoz. Costelas foram destroçadas, um pulmão perfurado. Foi ao chão, gemendo, com dificuldade para sorver o ar, que parecia lhe faltar no peito.

- Foi uma boa caçada elfo – cascos –, mas me deixou irritado. Tudo me deixa irritado.

A lâmina da espada cortou a garganta do elfo, e a lança estocou mais uma, duas, três vezes. Espada e lança castigaram o corpo sem vida do ladrão. Golpes dados a esmo, guiados por irritação, fúria, ódio. Ira.

O perseguidor olhou por sobre o ombro. Seria uma longa cavalgada para encontrar seus camaradas.

Cascos.

Em algum lugar, o deus suspirou.



Continua...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Rolando os Dados

Continuando a trocar uma pequena idéia sobre a criação de personagens marcantes, boas histórias e grandes motivações (ou não)



Olá, senhoras e senhores roladores de dados! Sim, o orelhudo favorito de vocês (depois do Dumbo, é claro) está de volta! Minha internet foi restaurada a tempo de fazer o post de hoje!

Agradeço, primeiramente, ao Rafero que postou a "Rolando os Dados" de semana passada com maestria. Ficou muito boa cara!

Dando prosseguimento então aos "estudos" sobre a criação de personagens, já chegamos em algumas conclusões.

Temos um CONCEITO, que, por si só já dá uma boa diferenciada no personagem, sem ser necessário quebrar muito a cabeça. Temos um BACKGROUND (ou histórico) que serve para diferenciar o passado de seu personagem dos demais. Temos uma MOTIVAÇÃO, que fará com que seu personagem seja diferente dos demais no presente (e, em um post futuro, conversamos sobre como fazer para que sua motivação seja uma coisa em comum, e não tão dissonante, com o grupo).

Ótimo. Então já temos um bom pano de fundo com a essência do seu personagem. Ele já tem um histórico razoavelmente trabalhado, tem um conceito que o diferencia e tem uma motivação.

Agora ele precisa de uma APARÊNCIA.

Sim senhores, porque, apesar de sede ser tudo, imagem não deixa de ser alguma coisa. Vamos lá, personagens ícones de todas as histórias normalmente têm uma aparência irada! Foi nas mesas antigas de RPG que eu joguei que surgiu o binômio AJ (Aparência e Jogabilidade). Tenha essas duas coisas e um pesonagem de games, por exemplo, tem meio caminho andado para, pelo menos, ser bem lembrado.

Quando um pesonagem tem uma aparência impactante, perturbadora, diferente ou marcante, dificilmente ele será esquecido. Claro, ele pode ser rotulado por sua aparência (como Haru, que ficou muito conhecido como O CARA DA LUVA), mas o seu trabalho é mostrar, na mesa ou na história que você pode estar escrevendo, que ele não é apenas aquilo.

Um recurso bastante usado em histórias, repare, os personagens centrais possuem aparências bastante distintas. Em Star Wars, temos os Stormtroopers, todos praticamente iguais entre si, e temos Vader, que anda de preto na neve (filho, isso é que é ser foda!). Em O Senhor dos Anéis, temos Aragorn, caminhando de sobretudo negro e vestes da mesma cor, enquanto que todos os soldados de Gondor usam armaduras iguais, o que os faz parecer menos humanos e mais "cenário".

Quando um personagem tem uma aparência marcante, o leitor/telespectador logo pensa "taí um personagem no qual eu preciso prestar atenção". Quando ele olha os "soldados padrão" ele apenas os enxerga como uma grande composição do cenário ou do mundo onde a história se passa.

Assim, aqui vai uma dica baseada em opinião pessoal, abuse de assimetrias na composição da imagem do seu personagem. Principalmente se ele possuir itens legais por definição assimétricos (como uma luva no braço direito apenas). Procure fazer com que ele seja bastante distinto de seus companheiros de classe. Se é um batedor furtivo, que sua armadura seja camuflada. Se é um mago, o clássico manto pode ser decorado com padrões tribais. Se é um guerreiro, assimetrias e símbolos heráldicos em sua armadura caem bem. Não precisa ser nada muito exagerado. Apenas que seja diferente.

Agora uma pequena amostra, um exemplo. Esses, abaixo, são os personagens da mesa de RPG onde eu tenho jogado. da direita pra esquerda:


(POR FAVOR, CLIQUEM NA IMAGEM PARA PODEREM VER OS DETALHES)

- Stonebraker (Anão paladino; sorridente, bem humorado. Notem o detalhe de seu machado com lâmina dentada)
- Troller (Humano guerreiro; sisudo. Cicatrizes marcam seu rosto, e seu corpo bastante coberto por metal. Preciso falar do tamanho do machado?)
- Haru (Humano monge-ladino, sério, corajoso. A luva no braço direito se destaca)
- Eladrin (pequena fada que auxilia o portador da luva. Sim, ela é pequenininha, mas tem sua presença, e suas asas de mosca)
- Idalus Baikan (Elfo batedor - e único com sobrenome, rsrs - mantém seu rosto escondido por uma máscara, possui assimetrias em sua armadura)
- Harakel (Elfo batedor, sério e tático, cobre-se com armadura completa e luta com lanças)
- Elvassar (Elfo mago de guerra, sério e compenetrado. Bastante diferente ver um mago de armadura e elmo metálico)
- Gust (Humano clérigo, utiliza uma arma no mínimo estranha, mistura de picareta com martelo, bastante incomum)

Viram? São diversos personagens que por si só já se diferenciam. Juntos em um grupo, então, formam uma tropa que não pode ser facilmente confundida, esquecida ou ignorada.

Bom pessoal, é isso aí. Não sei se me expressei direito, mas foram essas minhas idéias. Ah! E não precisa saber desenhar pra IMAGINAR a aparência de seu personagem de forma diferenciada e descrever para seus amigos de mesa, ou para seus leitores.

Até mais pessoal. Que vocês rolem bons dados (e que eu consiga terminar os desenhos pro conto de quinta!!)


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

-_-

Ah, eu ia fazer uma tirinha pra explicar, mas tava ficando muito superficial, sem conteúdo, sabe?

Minha atenção tá dividida entre o projeto da faculdade e o projeto do Piscina.

Eu, Rafero, não posso divulgar por conta própria esse projeto, mas provavelmente o Rodox conta se vocês perguntarem (¬¬).
Saibam apenas que eu tou com uma tendinite gigante no BRAÇO direito (engraçaralhos de plantão, essa piadinha já é manjada ¬¬).
http://piscinaum.deviantart.com/
A idéia era deixar o SubGhadernal por conta dos colaboradores e eu postaria sobre arte de vez em quando, mas os colaboradores abandonaram o blog e falaram FODA-SE ¬¬
Bem, nem todo mundo tem o mesmo comprometimento e empolgação...

Aí me desanimou... o blog deve voltar para a forma que eu tinha planejado no início, colaboradores me deixou acomodado...

Nyam, se você for sagaz, você conseguirá descobrir do que se trata neste projeto.
Leiam nas entrelinhas.


Abraços e keep benkyoing like I do ;D

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Rolando os Dados

Olá, pessoas que moram no meeeu coração!

Hoje, devido a problemas diversos, não tem Rodox pra vocês...
Sim, eu também estou com vontade de chorar...

Então, nesta data cabalística, vou continuar um pouco sobre o assunto de semana passada.



Personagens Únicos

Não sei se meus conhecimentos litero-rpgísticos são vastos o suficiente, mas eu sei criar histórias e personagens (na verdade, eu estava fazendo isso até receber o torpedo apocalíptico), então, deixem-me tentar ajudar.
Como vocês devem lembrar, pra criar um personagem único, vocês irão precisar de um diferencial.
Vamos ver alguns pilares:

Background
Existem ótimos textos sobre isso (tenho certeza que o Rodox vai falar sobre), mas, basicamente, background significa o ‘passado’ do seu personagem. De onde ele veio, pelo que ele passou, quais decisões ele tomou e o mais importante: o porquê de suas decisões.
Sim, mesmo que seu histórico seja bem estruturado e o conceito do seu personagem seja ótimo, sem os ‘porquês’ seu personagem corre o seriíssimo risco de se tornar muito superficial.

Vamos a um dos exemplos que eu mais gosto:

O Homem-Aranha
Em uma época de heróis-perfeitos (Super Homem, Capitão América e etc), surgiu o Homem-Aranha, tendo tanto ou às vezes até menos peso que o jovem Peter Parker sob a máscara.
Ah, legal, ele tem problemas pessoais como Peter Parker, problemas heróicos como Homem Aranha, e muitas ótimas histórias sobre essa soma.
Mas o ponto que eu quero tocar hoje é?

Todo mundo deve conhecer a história, mas vamos lá:
O jovem Peter era simplesmente mais um nerd na escola, deslocado, solitário e etc, até que foi picado por uma aranha radioativa e ganhou ‘poderes aracnídeos’.
Oras, a princípio, ele foi exatamente como uma pessoa normal que ganhou super poderes, ele não se preocupava com mais nada e até tentou lucrar com isso.
Uma vez, como Homem Aranha, Peter não recebeu de um homem o dinheiro que o mesmo devia; completamente revoltado, pouco depois, Peter, ainda com a máscara, viu este homem ser assaltado, mas não fez nada para impedir o ladrão.
“Pronto, estamos quites.”, Peter pensou.
Mais tarde, este mesmo ladrão matou o tio de Peter.
A partir de então, Peter passou a entender e seguir o lema de seu tio:
“Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades.”

Pronto, um herói, com um background, motivação e um ‘porquê’, todas as três coisas trabalhando juntas para guiá-lo.

Isto não ajuda apenas a tornar um personagem profundo e envolvente, ajudará também a VOCÊ, na hora de tomar decisões com ele.
Você está jogando com o Homem Aranha e finalmente conseguiu convencer Mary Jane a jantar com você. Enquanto você está se arrumando para o encontro, você vê na televisão que o Dr. Octopus escapou da prisão (de novo) e está atacando a cidade (de novo).
Você não precisa pensar muito a fundo, é instintivo.
“Tenho poderes, tenho responsabilidades... Será que a MJ vai me perdoar (de novo)?”, enquanto termina de colocar a máscara e saltar do prédio.


O outro pilar seria o nome do seu personagem, mas o texto já está grande pra caramba... fica pra uma próxima oportunidade (espero que demore xD)

Mas posso deixar aqui, registrado, de antemão, uma frase de um dos nossos (meu e do Rodox) autores de RPG favoritos, Marcelo Cassaro:

“Se você não está se divertindo, você está jogando errado.”

E é basicamente isso, não importa se você quer apelar, interpretar, discutir regras, fazer história ou simplesmente encarar o RPG como uma boa maneira de reunir seus amigos, o que importa é que você consiga se divertir.

Essa ‘filosofia’ ajuda na criação do seu personagem também: priorize as coisas que vão agradar a VOCÊ primeiro, porque você vai passar várias horas (semanas/meses/anos) em contato muito íntimo com aquele personagem, você vai olhar através de seus olhos e sentir através de suas emoções. Se você estiver feliz e satisfeito com ele, você vai jogar melhor, interpretar melhor e isso vai ajudar a todo o grupo de jogo.

Tudo depende do que vocês preferem e/ou esperam:

- “Hey, lembram daquele meu guerreiro que se sacrificou pra derrotar sozinho um dragão pra salvar o resto do grupo?”

Ou

“- Rush Silfeather, seu verme desprezível! Finalmente encontrei você.
- S-senhorita Eskett?! Q-quanto tempo!
- Dois anos, quatro meses e 18 dias, pra sermos exatos.
- N-nossa, realmente muito tempo! Diga-me, o que faz a senhorita com essa armadura e essa espada na cintura?
- Existem momentos, seu bardo de araque, que realmente podem mudar a vida de alguém e a forma como esse alguém encara o mundo.
- P-puxa, isso é realmente profundo... Mas ainda não entendo o porquê de tant...
- Comprei esta espada há dois anos, três meses e 18 dias.
- Ah... percebo...”

É isso aí gente, fico por aqui, espero de coração que tenhamos nosso orelhudo de volta o mais breve possível (mas não vai ser amanhã).

Bjunda no coração de todo mundo!

Keep Benkyoing!
\o



domingo, 6 de setembro de 2009

5000 Pageviews!!!

Cozido de coelho pra todo mundo!


Mentira, não gosto de cozidos.


Mas, pra comemorar esta marca, um presente:


Um papel de parede com o elenco atual do SubGhadernal =D



Obrigado a todos que visitam o blog!
Prometemos evoluir sempre!
Banzai!

\o

sábado, 5 de setembro de 2009

Co-Lab Agosto

Um tema meio inusitado...


(caso esteja muito bisonho o tamanho, vc pode clicar nos quadros para vê-los em tamanho maior)




















Arte: Rafero
Narrativa: Nahely

A narrativa pra mim aconteceu no finzinho de Agosto ^^'
Huaa, eu sempre quis ilustrar a história de alguém, muitíssimo obrigado, Nay-chan!


Até breve, novamente \o


I'm back \o/


Keep Benkyoing,
Krauser-san mandou!



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Espaço GeeK - Uma Nova Forma de se Expressar

Vídeos no Youtube? ficar twitando? Que tal mudar um pouco o jeito de se expressar!?


O que 99,99%(o 0,01% que falta sou eu... mas só por não saber fazer) da galera que curte o blog gosta de fazer???? em... já adivinhou??? a fala serio pensa mais um pouquinho... Ta bom, ta bom eu falo não precisa ameaçar que não vai mais ler o post... Então la vai! É desenhando oras! então que tal compartilhar os seus "rabisco" com o mundo? Então conheça o Sketchcast , com ele você pode gravar a criação dos seus desenhos e mostrar ao mundo o seu talento.

Segue alguns exemplos do que pode ser feito.





Vago e Específico 4 - Stop Motion




Seguindo com as diferentes formas de arte /o/


Essa é uma 'modalidade' que sempre me fascinou, desde pequeno.

Ah, vai, quem aí não gosta de "A Noiva Cadáver" ou "O Estranho Mundo de Jack"?


Eu lembro da primeira vez que eu fiquei sabendo como é feito (aaah, pequeno nerd); foi no Fantástico, há um porrolhão de anos, um cara tinha um problema no cérebro, mas conseguiu operar e viver normalmente, e o hobby dele era fazer filmes em stop motion com bichos de massinha.


ISSO eu quero um dia fazer.


Ahn, não sabe #cmofas?


Eu não sou especialista, nem novato nessa arte, mas a meu ver, é bem simples, apesar de não ser nem um pouco fácil.


Lembra dos bichinhos de massinha que você com certeza fazia quando criança?
Imagine um daqueles (sim, pode ser o pato), em uma posição.
Aí você liga e desliga a câmera de vídeo, focando o bicho.
Você capturou um 'frame', certo?
Então, você muda ele de posição, por exemplo, dando um passo, captura outro frame, e assim por diante, até você ter um filme.

O princípio é simples, pelo menos ^^'


Agora, alguns exemplos de como Stop Motion é #fodapacarai

(desculpas aos discados):

A Short Love Story - Carlos Lascano


Musician - Lasseg


8-bit Trip
Esse tá bombando na rede atualmente.



E eu fico por aqui, ainda tentando recuperar o ritmo!

Ah sim, essa é uma possibilidade:
http://migre.me/6oSI


Keep Benkyoing, chuchus \o

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Selo - capítulo 2

Alexander descobre que o Selo foi mais uma vez quebrado. Na última vez que isso ocorreu, seus pais foram mortos.
Mas... qual a origem desse Selo?




*************************************************** Origem *******************************************************



O reino de Korhal sempre foi conhecido por dois grandes expoentes: Os Filhos de Korhal, a guarda de elite, os melhores cavaleiros de todo o continente de Sépala, e pelas Damas do Selo, as representantes da mais antiga tradição entre os reinos humanos. É notório que, muitos anos atrás, antes mesmo da fundação de Korhal, uma lenda já era contada. Essa lenda fala de um velho senhor que sentou-se frente à uma caverna, e por sete vezes setenta dias ele ali rezou, pedindo água, abrigo, prosperidade, felicidade, riquezas e sorte. No último dia de oração, o próprio deus Balasar desceu à terra e com o velho falou.

- Por que se posta aqui, velho homem, em seus claros últimos dias de vida, e a mim ora por todas essas coisas? Se tivesses buscado água, construído abrigo, plantado para colher, aproveitado as oportunidades que a vida lhe deu, você já teria quase todas as coisas que me pede. Por que, homem, ficas então aqui a rezar?

E o velho, mal conseguindo olhar nos olhos do deus, tamanha sua imponência, respondeu, humilde:

- Meu senhor, grande senhor... sim, o que o senhor diz é verdade... mas muito pouco pode um homem solitário fazer por alguém que não a si mesmo... em minha vida eu busquei água e a bebi. Construí casas para mim, para meus filhos e netos. Plantei em lavouras e colhi meu sustento, e colhi o suficiente para prosperar e ter lucro. Tive família, filhos e fui feliz. E posso lhe dizer, meu senhor, que tive sim sorte em minha longa jornada.

- Mas, se teve tudo, o que me pede?

- Peço ao senhor que o senhor conceda as dádivas que eu tive à toda a humanidade... porque minha vida foi muito curta, senhor, para fazer tudo por todos... então eu não me importo de passar aqui meus últimos dias, suplicando para que o senhor me ouça e conceda essa graça a todos os outros...

O deus se comoveu. Era, de fato, o primeiro homem que lhe pedia algo tão altruísta. Ele então usou de seu poder e atendeu aos pedidos do homem.

O Selo havia então sido criado.

**********************************************************************************************************************************


Khalembar cavalgou como podia.

Rhano estava cansado, por isso iam devagar, e Michelle, montando uma égua castanha, Calintz, acompanhava seu trotar. As dores tinham voltado ao corpo do jovem cavaleiro, bem como o sentimento de urgência. O Selo fora quebrado, e algo precisava ser feito.

Alexander temia.

- Alex... – disse Michelle, a preocupação estampada em sua voz – você não está pensando em... – hesitou.

- Alguém tem que fazer alguma coisa... alguém precisa resolver o problema... só de pensar... outros passando pelo que eu passei... Michelle, eu tive sorte... conheci você e Urich e Salazar, e sou eternamente grato a isso. Vocês são minha família. Mas se algo acontecer... se outros como eu... entenda, eu preciso fazer algo!

A mulher hesitou, e deliberadamente desviou o olhar do jovem. E Khalembar estava tão concentrado em chegar aos muros que sequer percebeu. As horas passavam arrastadas para o jovem. Seu cavalo dava seu máximo, ele sabia. Mas a cidade estava demasiado longe e os passos eram demasiado curtos. O tempo urgia, e cada segundo desperdiçado era um grande passo para um futuro obscuro. Da última vez que algo parecido ocorrera, dezessete anos atrás, tudo foi salvo por um grande herói e uma grande heroína.

Edward e Serena Khalembar.

Alex sabia que seus pais tinham se conhecido na Academia, no mesmo lugar onde ele próprio conhecera o Velho Salazar, mestre de esgrima e estratégia, Urich, seu melhor amigo, sempre sorridente, com quem disputou vários duelos durante o treinamento. E foi ali que conhecera Michelle. A imagem de seu primeiro beijo perpassou sua mente, quando a voz da própria o puxou de seu devaneio:

- Olhe Alex! Sobre a Colina!

Alex olhou e viu, numa colina próxima, um vulto grande, de capuz e capa longa. Parecia observá-los. Desmontou de Rhano. Não sabia exatamente por que, mas em sua cabeça fazia sentido. Michelle apeou igualmente e caminhou ao seu lado. Juntos foram até o pé da colina.

- Daqui não passarão cavaleiros, – disse o vulto, com voz grave e solene – essa batalha não é para vós.

Alex mirou o vulto de alto a baixo. Parecia ter algo em torno de um metro e oitenta, e a capa e capuz o impediam de avaliar melhor, se estaria armado. Semi-cerrou os olhos tentando melhor divisar, mas não adiantou muita coisa. Retrucou.

- Preciso voltar ao meu reino, a jornada foi longa, e não é por causa de um desconhecido que me deterei aqui.

- A sua consorte sabe que na cidade lhe esperam notícias negras como a noite mais escura. Ouça o que eu digo jovem. Dê as costas a essa cidade, e não retorne.

Alex olhou para Michelle espantado. A jovem parecia confusa. Respirou fundo, desconfortável. Olhou para cima novamente.

- O que tiver de descobrir, descobrirei em meu destino. Não retrocederei.

O vulto ficou silencioso durante alguns longos segundos. Em seguida, virou-se de costas para o jovem e suspirou.

- Não diga que não lhe avisei.


E enquanto o vulto desaparecia atrás da colina, uma criatura enorme, beirando os quatro metros de altura começou a aparecer por trás da mesma. Era humanóide, musculoso, com uma pele cinzenta e de aspecto bruto. Tinha garras e chifres e dentes pontiagudos.

E exalava um olhar de puro ódio.

Michelle ficou em guarda, mas Alex se postou em sua frente. Envergou o elmo e aprumou o escudo.

- Afasta-te Michelle. Esse combate é meu. Estou confuso e anseio por respostas, então me prometa. Se eu vencer, não me esconda mais nada.

E avançou para a batalha com um sorriso no rosto.






Continua...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Rolando os Dados

E hoje vamos nós trocar uma idéia sobre a criação de personagens!



Olá, senhoras e senhores roladores de dados! Hoje estou aqui, a despeito de alguns probleminhas pessoais, escrevendo sobre o que eu mais gosto no RPG: Criar.

E queria falar, no momento, sobre a criação de um personagem. Não em termos de regras, ainda não. Primeiro queria falar sobre o que torna um personagem legal, memorável, único.

Primeiramente, o que torna um personagem único?

Eu sempre achei que ter um "diferencial" torna um personagem único. Isso pode ser tanto uma vantagem quanto uma desvantagem (na maioria das vezes, ambos). Por exemplo: se todos na mesa são elfos, dificilmente algum personagem será distinto por si só. Mas em um grupo de elfos, o ladino humano é rapidamente notado, sem ter feito nada. Claro, o humano no grupo de elfos é o personagem com a pior visão de todos.

Ter presença tem seu custo, rsrs.

Outra coisa importante é o "modus operandi" do seu personagem. Guerreiro de espada, Mago de capa e cajado e Anão barbudo com machado são coisas totalmente esperadas. Existem dezenas de estereótipos assim em mundos medievais.

Agora, tenha um ladrão que luta desarmado, um guerreiro que usa uma grande alabarda, um mago com uma espada e um anão monge que luta com um bastão, e voilá, você tem um personagem que se destaca, intriga.

Tomando como exemplo Haru, meu atual personagem em uma campanha de D&D.

Haru nasceu se chamando "zero". Ele nasceu escravo de um reino de Duergar (uma espécie de Anões malignos) e, nesse reino, cada escravo era nomeado por seu custo pra seu dono. Como ele já nasceu escravo, não custou nada.

Zero.

Ele então encontrou uma poderosa manopla, capaz de conjurar um chicote mágico, e de absorver a essência de personagens malignos, para que seu poder aumente. Além disso, uma vez ao dia, a luva pode salvá-lo da morte, por assim dizer.

É, um item poderoso não? Em contrapartida, por ser um ex-escravo foragido, Haru iniciou a campanha com NENHUM dinheiro, posses, comida, etc. Tinha apenas a roupa do corpo, sapatos e uma bandana na cabeça. Sozinho em um lugar selvagem, sem nenhum treinamento em sobrevivência. Não tivesse sido achado por outros, poderia ter morrido de fome!

Além disso, Haru é um especialista em combate desarmado. Ou seja, no meio de vários caras usando espadas, lanças e arcos, ele batia com as mãos e pés. Notável para os que o viam em combate. Ele também, pelas regras, não podia usar armaduras como os outros personagens, perdendo em proteção. Era o custo da diferenciação.

Bom galera, viram que variando um pouco a história, escolhendo vantagens e problemas para seu herói ele fica muito mais diferenciado do "lugar comum"? E prezo muito essa diferenciação.

Ora bolas, a saga toda de Harry Potter se baseia em um herói que perdeu seus pais e sobreviveu de um jeito que nem foi por mérito próprio! Será que se Harry fosse um bruxo poderoso pacas desde sempre, ou se fosse apenas mais um bruxo comum do universo, ele teria "o que é preciso" para ser um bom personagem central?

É isso aí pessoal, esse post chega ao fim, mas vou continuar conversando aqui sobre a criação e desenvolvimento de personagens e mundos. Porque, no fim das contas, eu acho isso muito maneiro!

E sim, vou continuar usando experiências pessoais (como o Haru, por exemplo) aqui na coluna.

Até mais, e que vocês rolem bons dados!